quinta-feira, 5 de junho de 2008

VISÃO NEWS

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, anunciou que até o fim do mês o ministério vai baixar uma portaria estabelecendo que cirurgias para mudança de sexo possam ser feitas gratuitamente em hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS).Segundo ele, o governo está fazendo os últimos ajustes na portaria, que entrará em vigor assim que for publicada no Diário Oficial da União (DOU) - o que ainda não tem data certa para acontecer. "É uma demanda social que está na nossa agenda há mais de 20 anos. Vai ser mais um passo na consolidação desse caminho em que o Brasil é liderança mundial.O ministro conversou com a imprensa ao chegar à 1ª Conferência Nacional de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (GLBT), em Brasília. Segundo Temporão, a intenção do governo é que, inicialmente, hospitais universitários do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais possam realizar o procedimento. O ministro explicou que, a partir da portaria, outros hospitais da rede pública poderão se credenciar para que o Ministério da Saúde possa verificar se eles estão aptos a fazer a cirurgia. "O Ministério da Saúde tomará todos os cuidados do ponto de vista ético, e do ponto de vista médico", garantiu Temporão.
Militar que assumiu ser gay é preso.
Sargento foi detido após participar de programa de TV, sob acusação de ter desertado; ele alega problema de saúde.
O sargento do Exército Laci Marinho de Araújo, de 36 anos, foi preso ontem acusado de deserção, após relatar seu relacionamento homossexual com o sargento Fernando Alcântara de Figueiredo, de 32 anos, no programa Superpop, da RedeTV!. A experiência dos dois nas Forças Armadas também foi relatada em uma reportagem de capa da revista Época.Araújo foi detido por policiais do Pelotão de Investigações Criminais (PIC) da Polícia do Exército, nos estúdios da RedeTV!, em Barueri (SP). Antes de se entregar, o sargento exigiu a presença de entidades ligadas à proteção dos direitos humanos. As negociações começaram à 1 hora da madrugada e duraram cerca de 3 horas.“Ficou combinado que ele não seria enviado ao presídio militar, mas ao Hospital Geral do Exército, no Cambuci (zona leste de São Paulo)”, afirma o secretário geral do Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe), Ariel de Castro Alves. “O Exército também permitiu que seu companheiro o acompanhasse na internação.” O sargento Araújo alega ter problemas neurológicos, com sintomas de esclerose múltipla. Em 2007, afirma ter obtido seis meses de licença para tratamento.Segundo o Centro de Comunicação do Exército, a prisão de Araújo “não guarda qualquer relação com a situação declarada pelos próprios militares, foco das reportagens”, ou seja, com sua orientação sexual.Segundo as Forças Armadas, ele abandonou suas funções no dia 21 de maio. A versão é contestada pelo companheiro de Araújo. “Forjaram um laudo há 15 dias de que ele estava apto a trabalhar. Mas não tem um neurologista entre os médicos que assinaram o laudo”, afirma Figueiredo. Depois desse parecer, Araújo deveria ter se apresentado. Caso contrário, seria considerado desertor. Ele diz, no entanto, que estava doente, de cama. Para Toni Reis, presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais, há “indícios de homofobia” na ação. “O sargento tinha endereço fixo em Brasília. Por que prendê-lo durante o programa?”, questiona.O ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirma que, antes de se falar em discriminação aos gays, é preciso saber se eles violaram as regras do Exército.

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